quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um Haiti abalado pela falta de ajuda.



Nenhum outro país escancara de forma tão brutal a incapacidade da comunidade internacional de resolver as questões humanitárias, como o Haiti”, diz uma reportagem da Revista Época.

Justamente, é difícil não se comover diante das desoladas notícias que focalizam a pequena nação que faz divisa com a República Dominicana, território considerado “pacífico”. O Haiti sofreu um terremoto que assolou todo o território, em 12 de janeiro de 2010 e, um ano depois da catástrofe, ainda não vê perspectivas.

Lamentável.

Atualmente, a economia do Haiti está em ruínas. O país permanece extremamente pobre, o mais pobre de toda a América, e cerca de 45,2% da população é analfabeta. Lá, a expectativa de vida é de apenas 60 anos, e a renda per capita é extremamente baixa.

Nas últimas semanas, toda a imprensa mundial percorreu as ruas e histórias do Haiti, e vem relatando que a situação do país não mudou muito após um ano do terremoto. A capital, Porto Príncipe, mostra, devastada, o resultado do tremor de terra; uma população no abandono; o governo sem operações e a comunidade internacional inativa.

Em janeiro do ano passado, morreram no Haiti pelo menos 220 mil pessoas, e houve quem encarasse a tragédia com otimismo, à espera de um olhar, da comunidade internacional, pelo povo haitiano.

Mas, o Haiti não recebeu a ajuda prometida por aqueles que, na época do terremoto, comovidos, comprometeram-se com a reconstrução da nação.

É claro que um ano é muito pouco para se reerguer uma nação. Mas dá pra fazer algo quando há uma coisa chamada boa vontade, infelizmente rara. No cenário do Haiti, ainda vivem em cerca de mil campos de refugiados um milhão de pessoas. E apenas 4% dos entulhos gerados pelo desmoronamento de construções foram retirados.

Em outras palavras, o Haiti ainda espera a ajuda prometida.



Desde o terremoto, o Haiti vive um impasse político, agravado após o pleito. Por causa de fraudes, a Organização dos Estados Americanos levou um mês e meio (!) para determinar quem eram os dois primeiros colocados, nas eleições, que deveriam ir ao segundo turno. Na última terça (11/01), a Organização chegou a uma decisão que deve garantir o segundo turno.

A comunidade internacional espera a posse de um novo presidente, pois quer um parceiro interno que ajude na centralização de ajuda externa e no trabalho de reconstrução do país. O Brasil, Estados Unidos e França, que, em um primeiro momento, chegaram a disputar quem seria a “nação mais benevolente”, nem outro país ou entidade multilateral simplesmente não querem a responsabilidade política de intervir e comandar a reconstrução de um Estado considerado praticamente falido.

Mas, enquanto a História fica de historinha, quem sofre mesmo é o povo, em vários aspectos e, visivelmente, em relação a doenças contagiosas. Desde novembro de 2010, uma epidemia de cólera atingiu 91 mil pessoas, que representam quase 1% da população haitiana, o que acometeu na morte de 3.400 pessoas.

Um repórter do canal francês “France 24” relata o cenário que vê no Haiti, em Porto Príncipe: “As condições sanitárias são tais que a sobrevivência é um desafio diário. Várias partes do chão estão cobertas de lixo, correntes de lixo escuro correm para o mar. Porcos e galinhas magras andam pela água suja e mal cheirosa. Ainda assim, é um lugar em que centenas de pessoas moram, em casas de metal, aquecidas pelo sol escaldante”.

Além das condições no mínimo desumanas de existência, os haitianos tem de conviver com a falta de água e com o alto preço do elemento natural no comércio.



Fotos: Divulgação

Leia mais sobre o Haiti, aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Haiti

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