sábado, 12 de fevereiro de 2011

*Tempo de Liberdade no Oriente Médio* Egito



Tempo histórico no Oriente Médio. Saiu do poder ontem, após um governo de três décadas, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, que tem 82 anos de idade. O estilo de governo de Mubarak foi marcado pela falta de democracia, corrupção e brutalidade policial (manifestantes disseram que, no grupo pró-Mubarak, durante os protestos, haviam policiais agredindo, camuflados de civis).

Além disso, os 30 anos de poder de Mubarak são caracterizados pela instauração de um “estado de exceção”, que permitiu ao ditador censurar jornais como bem entendesse e prender qualquer pessoa que, aos olhos deles, representasse o que eles consideram “ameaça à ordem pública”.

Mubarak entregou o poder a um Conselho Militar, comandado pelo Ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi. A multidão na praça de Cairo ficou eufórica, muito feliz, levantava bandeiras, lançava fogos de artifício, e mesmo um dia depois da saída do ditador, permanece nas ruas.



Jovens com caras pintadas comemoram o fim de um período e modo de vida ditatorial e o início de uma democracia, regime que os egípcios aguardam ansiosos. O direito à informação, por exemplo, fará parte da realidade no universo das pirâmides.
O governo de Mubarak controlava a informação e deixou o país sem internet e telefonia nos últimos dias, quando aconteceram os protestos.

Estima-se que, no mínimo, 300 pessoas morreram durante os protestos deste janeiro e começo de fevereiro, no Egito, de grupos pró e antigoverno. Militares feriram brutalmente os manifestantes, e as ruas egípcias queriam uma mudança.

Com a saída de Mubarak, o Parlamento Egípcio será dissolvido. Jornalistas também sofreram agressões durante os manifestos, e um jornalista brasileiro foi preso, teve seu rosto tapado com um pano e direcionado a grupos do governo, no país.



A renúncia do ditador foi acompanhada com atenção no Oriente Médio e nos televisores e outras mídias em todo mundo. O país pretende manter relações pacíficas com Israel. Grupos de apoio ao movimento antiMubarak se montaram em todo o globo, como mais visivelmente no Líbano, Itália, Jordânia e Cisjordânia. Na Argélia, manifestantes também exigem saída de autoridade, do poder. Uma onda de movimentos sociais, oriundos unicamente do povo, acontece na Arábia.

Pessoas intitularam o período como “Revolução da Juventude” ou “Revolução Egípcia”, e defendem a saída do ditador do poder como muito positiva, um passo grande na conquista da liberdade do povo do país. É um novo capítulo na história do Egito, de uma forma ou de outra. A gente torce para que a democracia exista, de fato.

Tanto no Egito quanto em qualquer lugar, um sentido democrático, mesmo que não institucionalizado. Aliás, quanto menos institucionalizado, melhor.

Os protestos nas ruas do Egito, além de deixarem mortos, contabilizaram cerca de cinco mil feridos. As manifestações começaram no dia 25 de janeiro e se inspiraram nos movimentos que levaram à queda do presidente da Tunísia.

Espera-se que a queda de Mubarak abale as estruturas autoritárias do mundo árabe e de todo o mundo, mesmo que em pequena parcela. O Conselho Militar afirmou que “não há alternativa à legitimidade do povo”.

O Egito tem eleições presidenciais marcadas para setembro, mas parece que em dois meses pode ser feito algum pleito, que esperamos democrático. Voto, respeito aos direitos humanos, gestão diferente. Vamos sonhar.

Alfabeto Egípcio(Foto)

Por volta das 18h de ontem (14h, Brasília), a praça Tahir se tornou um Centro Nervoso de Protestos, onde manifestantes cantavam: “O povo derrubou o governo”, E foi bem isto mesmo.

Pessoas chegaram a desmaiar e receber atendimento médico. A participação do Exército nessa fase de transição foi bem vista pelas pessoas, que deram um voto de confiança a esta instituição.

Aspas:

O blogueiro Wael Ghonim, cibermilitante que passou 12 dias preso e virou “ícone” do movimento escreveu na rede: “Parabéns ao Egito. O criminoso deixou o palácio”.

O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, disse que a saída de Mubarak do poder é só o começo, e não o fim do processo de transição no país. A chefe da Diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, comentou que respeitava a decisão de Mubarak e pediu diálogo para a criação de um governo de Base Ampla no país.

Fotos: Google

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